No
Novo Testamento não encontramos ‘reunião de adoração’, mas sabemos que isto
ocorre na ‘reunião de partir do pão’, porque ao lembrarmo-nos do Senhor em Sua
morte, por tudo que Ele passou por nós, e em amor, seria impossível celebrar
este memorial sem que nossos corações sejam movidos de sentimentos de louvor e
adoração.
No
capítulo 4 do Evangelho de João o Senhor diz: "A salvação vem dos Judeus"
– entre eles o Deus verdadeiro era conhecido, não havia verdadeiro conhecimento
de Deus exceto entre os Judeus e Deus havia escolhido Jerusalém para fazer ali
habitar o Seu nome. Onde quer que Deus coloque Seu nome, ali é o lugar de
adoração. “Então, haverá um lugar que escolherá o SENHOR, vosso Deus, para ali
fazer habitar o seu nome; a esse lugar fareis chegar tudo o que vos ordeno: os
vossos holocaustos, e os vossos sacrifícios, e os vossos dízimos, e a oferta
das vossas mãos, e toda escolha dos vossos votos feitos ao SENHOR” Deuteronômio 12.11 – “ Então, sacrificarás
como oferta de Páscoa ao SENHOR, teu Deus, do rebanho e do gado, no lugar que o
SENHOR escolher para ali fazer habitar o seu nome.” Deuteronômio 16.2.
Agora,
Cristo declara: "Porque onde estiverem dois ou três reunidos em meu nome, ali
estou no meio deles." Mateus 18.20. Isso só pode ser em Seu nome. Paulo
diz aos atenienses: "Esse que adorais sem conhecer, é precisamente aquele que
eu vos anuncio.” Atos 17.23. Somente aqueles que conhecem a Deus podem adorar.
Este capítulo do Evangelho de João leva o lugar de adoração para fora dos Judeus,
o que supõe redenção realizada. Eu entro no lugar de perfeita aceitação através
da obra de Jesus Cristo, e ali eu posso adorar; ninguém pode adorar a não ser
neste lugar de divino favor; se eu posso cantar no sentido da aceitação de
Cristo, eu não estou fora de tom.
A
essência da adoração é que o Espírito Santo pode levar nossos louvores e
orações a Deus em perfeita associação com Cristo. Na oferta em Deuteronômio 26 encontramos
uma bela figura da santa adoração oferecida pelo indivíduo, mas a adoração na
assembleia supõe o Espírito Santo unindo a todos em gozo e louvor – “... unânimes
levantaram a voz a Deus...” Atos 4.24; “Para que concordemente e a uma voz glorifiqueis
ao Deus e Pai de nosso Senhor Jesus Cristo.” Romanos 15.6.
Em Deuteronômio 16 temos
três festas: a Páscoa, o Pentecostes e a Festa dos Tabernáculos, que ainda não
teve seu cumprimento. A Páscoa é o sacrifício de Cristo por nós, o Pentecostes
é o Espírito Santo que já nos foi dado, mas a Festa dos Tabernáculos é ainda futura.
Este capítulo mostra que havia pouca alegria na Páscoa, tão logo era feita eles
voltavam para suas tendas. No Pentecostes vemos: "E te alegrarás perante o
Senhor teu Deus... e lembrar-te-ás, etc.", mas na Festa dos Tabernáculos,
há algo mais, eles aqui tinham a plena bênção e a adoração fluía por estarem
nessa plenitude da bênção.
A noção de adoração você vai
encontrar muitas vezes exclusivamente nos hinos que falam como escapamos do
julgamento através do sangue, mas o que é tão maravilhoso é o pensamento de que
“o louvor pertence a Ti, ó Deus” – suas vozes estão prontas e seus corações
todos sintonizados para louvar. Certamente eu devo começar primeiro com a minha
consciência limpa, e Cristo quer filhos para estar com o Pai. Tudo que eu sei
de Deus é: Ele está satisfeito acerca dos meus pecados - satisfeito com o
sangue? Não, Ele quer minha alma no sentido de relacionamento com Ele quando eu
adoro, e isso também, como Pai. Na parábola do filho pródigo em Lucas 15 eu
tenho o regozijo do próprio Deus, "Comamos e regozijemo-nos". Quando
eu chego até a cruz deparo apenas com meus pecados, mas quando eu passo através
do véu rasgado chego do lado de Deus na cruz, isto é: Ele próprio conhece muito
bem a bendita verdade que “o salário do pecado é a morte, mas o dom gratuito de
Deus é a vida eterna em Cristo Jesus nosso Senhor." (Romanos 6.23).
Meu lugar de adoração é o
santíssimo, onde todo o valor de Cristo é colocado sobre mim. Em Êxodo 12 eles
se alimentam do sacrifício - redenção realizada. A adoração é o retorno do
coração a Deus por todas as Suas bênçãos em Cristo. O Espírito Santo me dá os
sentimentos de Deus acerca do sacrifício de Seu Filho, e a adoração vai até o
Pai. Toda a nossa alegria e paz flui a Deus em louvor.
A adoração é a melhor parte.
Quando chegarmos ao céu não necessitaremos de dons. Eu não gosto de leituras nas
reuniões de adoração; tal reunião supõe que o Espírito Santo há de guiar os
nossos louvores e orações. Se o meu estado de coração não for de adoração não
estará em conformidade com a mesa do Senhor e esse não será um estado correto.
Todos os que adoram deveriam caminhar para que o louvor prontamente exale -
Deus deve ter a adoração em verdade e deve haver unidade – “todos, um pão.”
Não podemos
adorar sem oração, porque o desejo vai sempre além da nossa presente capacidade
para adorar, restringir adoração apenas em louvor é impossível, porque isto
nunca é sem mistura com oração, embora o momento não é adequado para a oração,
mas não se pode separa-la, não seria genuíno, e que isto é a coisa que Deus
quer.
Você nunca tem o Pai nos
Salmos ou no Apocalipse. Nosso lugar é o de filhos com o Pai e nossa comunhão é
com o Pai e Seu Filho Jesus Cristo. O louvor pertence a ambos. Se todos não
chegarem em unidade do corpo o louvor é imperfeito. O coração de Cristo deve
mover o meu e Ele nunca deixa alguém de fora. Este é o primeiro círculo e nele
o amor deve fluir para todos os santos. Alguns podem estar indo mal, mas eu vou
amá-los mesmo assim.
Pelo
Espírito Santo, a atitude de um filho é adorar o Pai. Eu estou nessa posição
com o Espírito Santo habitando em mim, entre a primeira e a segunda vinda de
Cristo - um adorador esperando por Sua vinda. A Mesa é o centro de toda a
adoração. Considerando a força desta palavra em 1 Coríntios 10: 22, "provocaremos
zelos no Senhor?", se alguém andasse com hereges O provocaria ou se alguém
admitisse que pessoas más participassem da Mesa O provocaria também.
J. N. Darby.
Tradução: Luís D
S Campos (Lemão) – julho 2014.
Versão usada:
Bíblia Revista e Atualizada - João Ferreira de Almeida.