segunda-feira, 20 de setembro de 2010

A Misericórdia do Senhor

O filho pródigo que se distanciou de seu pai pede para ser tratado como um de seus jornaleiros, porém, quando chega à presença do pai não tem ocasião de expressar tais palavras, pois pensava no que ele era para seu pai, não no que o pai era para ele.
Êxodo 33.3 – observe aqui uma coisa muito formosa. Deus, depois da iminência de consumir Seu povo, no capitulo 32, por causa da idolatria, sendo, porém, poupado pela intercessão de Moisés, disse: “Eu não subirei no meio de ti, porque és povo de dura cerviz”. Entretanto, Moisés exclama no capítulo 34.9: “Senhor, se agora achei graça aos teus olhos, segue em nosso meio conosco, porque este povo é de dura cerviz”.
Por graça o povo foi poupado (cap.32), mas, por causa da justiça não teria a companhia de Deus, pois era “povo de dura cerviz”. Por outro lado, a mesma razão considerada como justo motivo para que Deus se recusasse a acompanhar Seu povo, foi a que Moisés usou para conseguir o contrário, pois reconhece: “este povo é de dura cerviz”, ou seja: ‘Nada podemos fazer sem o Senhor’.
Então, a graça se introduz e muda tudo; assim, sentimos que nossa pecaminosidade é uma razão para não podermos caminhar sem a presença de Deus.
Muitos pensam que é humildade o duvidar da graça de Deus. Não há tal coisa. Isso, é, nem mais nem menos, pensar segundo nossos próprios pensamentos em lugar de prestar atenção no que a Palavra de Deus tem falado. A verdadeira humildade é aceitar o pensamento divino. Nós nada temos que pensar nem raciocinar. Quando Deus fala, nosso dever é somente crer.
O Senhor intercede por nós ainda quando não estamos pedindo. Não obtemos sua intercessão por causa de nosso arrependimento ou orações. O Senhor Jesus não intercedeu por Pedro quando se arrependeu, senão antes de haver pecado. Intercedeu por Pedro porque havia necessidade. “Se, todavia, alguém pecar, temos Advogado junto ao Pai...” (1 João 2.1). É o exercício da graça de Seu próprio coração para conosco o que restaura nossas almas.
Lucas 9.34 – “Veio uma nuvem e os envolveu”. Isso era a presença divina. Entrar na nuvem era entrar na presença do Pai, o que é nosso privilégio e nosso “lugar de habitação”, por causa de Sua graça.
Então se ouviu a voz do Pai: “Este é o meu Filho amado...” Jesus trouxe aos três apóstolos, o Pai, o privilegiado lugar ao qual nos traz a redenção.
Até que uma pessoa não seja trazida à Sua presença, não poderá conhecer o amor do Pai; porém, quando estiver ali, não poderá conhecer o fim de tal amor. É a classe de amor que o filho pródigo nunca conheceu até que esteve nos braços de seu pai.
O coração cristão se encontra infinitamente e eternamente devedor à fonte contínua de toda graça.
Se Ele me usa, é uma grande honra, se me deixa aparte por causa do levantamento do meu próprio “eu”, é uma grande misericórdia. É como se me dissesse: Esteja satisfeito somente Comigo; esteja contente de saber que Eu te amo.
Você está satisfeito com Seu amor? O segredo de todo bom serviço é o devido apreço da graça do dono.
J N Darby
Traducão LDSC